Lançamento do livro Cartas para o Bem Viver

Lançamento do Livro Cartas para o Bem Viver

 

Cartas para o Bem Viver é um livro de “cartas-urgentes”, como dizem Suzane Lima Costa e Rafael Xucuru-Kariri, seus organizadores.  São, ao todo, 50 cartas, algumas escritas somente com imagens, sem palavras, e assinadas por nomes como Ailton Krenak, Angela Mendes, Sônia Guajajara, Graça Graúna, Tim Ingold, Denilson Baniwa, Taquari Pataxó, Márcia Kambeba, Bianca Dias, Juvenal Payayá, Antonio Marcos Pereira, Rosinês Duarte, Stephanie Pujól, Paloma Vidal, Beth Rangel, Nego Bispo, Leonardo França, Arissana Pataxó, Milena Britto, entre outros

O livro estará disponível para download gratuito em pdf a partir da data do lançamento, dia 20 de abril de 2021 (Informações sobre o lançamento estão disponíveis no card anexo)

Para saber mais: @cartas.indigenas

Sobre os organizadores:

Suzane Lima Costa é professora do Instituto de Letras, na Universidade Federal da Bahia, Brasil, com atuação no Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura (UFBA). Coordena o projeto As cartas dos povos indígenas ao Brasil (CNPq) e pesquisa cartas, retratos e biografias dos povos indígenas.

Rafael Xucuru-Cariri é cientista político, doutorando em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia. Analista de Políticas Sociais do Ministério da Educação. Filho da nação Xucuru-Kariri.

 

Trechos das cartas

(...)Estamos chegando ao momento do esteio do céu. Decidi, então, escrever esta carta para falar com vocês sobre o Bem Viver, para quem acredita que cantando é possível suspender o céu, para quem acredita que o modo como vivemos e o mundo onde vivemos é recriado a toda hora( ...) – 

Carta de Ailton Krenak para quem quer cantar para o céu.

 (...)Na verdade, pai, eu acho que aprendi mais sobre você do que com você, porque tivemos tão pouco tempo para a gente se reconectar, que depois que você se foi, bem depois, passado os traumas e dores, eu fui me aproximando dos teus companheiros e companheiras de luta e iniciei um intenso aprendizado sobre quem foi você. (...)” 

Carta de  Angela Mendes para Chico Mendes, seu pai.

(...) a grande tragédia da nossa época foi termos produzido uma sociedade na qual pessoas idosas e jovens foram arremessadas em lados opostos, divididas pela geração da meia-idade que se interpõe entre elas (...)

Carta de Tim Ingold para uma criança que está prestes a nascer.

 

Trecho da apresentação_

"Este é um livro de cartas e de urgências. Uma coletânea de cartas-urgentes para falar, estar ou inventar um porvir do Bem Viver entre nós. Cartas escritas não só para promover o encontro entre um remetente e um destinatário, um espaço entre dois, como pensou Grassi, mas para pôr em movimento um território de/para muitos, um encontro de coletivos. Se os gêneros de correio são em si modos sociais de garantir nossas conversas diárias, nossos encontros, uma carta-urgente para o Bem Viver é uma convocação especial para dizer das emergências do tempo presente, para um entendimento do que é estar pessoa singular na vida coletiva, do que é fazer da beleza conflituosa das conversações um lugar ativo de experimentos de si e de partilhas com os outros.Essas conversações perguntam pela força de nosso corpo diante das micro/macros barbáries cotidianas, perguntam como se vive uma boa vida, criativa e criadora - Teko nhe’ẽ porã: a vida sem mal, dos ensinamentos Kaiowá e Guarani ou a vida do fazer artístico delicado do Shien Pujut, dos Awajún - cosmovisões indígenas que, somadas à definição Quéchua do Sumak Kawsay, nos aproximam de uma definição do que pode ser imaginar uma vida bonita. As cartas desta coletânea ativam esses afetos em projeções e críticas dos sentidos e dos rumos do Bem Viver na vida capital que levamos." – Suzane Lima Costa e Rafael Xucuru-Cariri

 

Quem assina as cartas e para quem_

 

Ailton Krenak para quem quer cantar e dançar para o céu

Sonia Guajajara para o Brasil

Gersem Baniwa para as pessoas que sonham um outro Brasil 

Juvenal Payayá para o cacique Sacambuasu

Graça Graúna para os ancestrais

Márcia Kambeba para sua avó Assunta

Denilson Baniwa para o parente que vive na Terra Indígena Marte

Rafael Xucuru-Kariri para Apoena, seu filho

Jerry Matalawê para Agnaldo Pataxó Hãhãhãe

José Carlos Tupinambá para as lideranças 

Taquari Pataxó para os brasileiros

Eloá Kastelic e Rosenilda Luciano para a sociedade não indígena

Angela Mendes para Chico Mendes, seu pai

Rubelise da Cunha para Ailton Krenak

Bianca Dias para Caetano Veloso

Cristina Araripe Fernandes para Estamira

John Antón Sánchez para Michelle Bachelet

Aparecida Vilaça para Paletó OroNao’ (Watakao’ Oromixik)

Fábio Merladet para Rafael Xucuru-Kariri

Ricardo Piera Chacón para Elicura Chihuailaf

Milena Britto para seus parentes

Rosinês Duarte para Eva, sua filha

Mara Vanessa para Iara e Maria Rita, suas filhas

Deise Queiroz para Pérola, sua alma vibrante

Thaiane Pinheiro para Maria Alda, sua avó

Tim Ingold para uma criança que está prestes a nascer

Bernd Reiter para os não-indígenas

Stéphane Pujol para “o outro”

Paloma Vidal para Carmen

Arami Marschner para sua Oma

Josiley Francisco de Souza para você 

Antonio Marcos Pereira para A.

Alexandre San Goes para Alexandra

Joseane Maytê Sousa para o tempo

Suzane Lima Costa para quem ainda escreve cartas

Irene Maria para os professores indígenas

Joseli dos Reis Querino para os professores de Língua Portuguesa

Luciene Azevedo para seus alunos de Literatura

Fernanda Mota Pereira para as professoras de língua estrangeira em escola pública

Roberto Sobral para os que ainda se encontrarem pelo Ministério da Educação

Maria Rosário de Carvalho para um amigo

Nego Bispo para a geração neta afrodescendente e afrodiaspórica 

Diosmar Filho para o Quilombismo

Kandya Obezo Casseres para a Presidenta eleita da Colômbia

Beth Rangel para os pequenos e grandes jovens

Alvanita Almeida Santos para as Deusas

Ramon Fontes para as nossas ancestrais infectadas

Felipe Milanez para os brancos

Amanda Marina Batista para o Bem Viver

Leandro Durazzo para o futuro

 

 
 
 
Segue documento em anexo.